As propriedades do acaso, de Luís Matheus Brito¹

Dimensões

15 x 21 cm


Páginas

152


Pré-venda

R$ 48,90²


Envios

A partir de 27 de fevereiro de 2025


A leitura conquista efeitos no real em As propriedades do acaso, de Luís Matheus Brito, graças às relações que, de ensaio em ensaio, estabelecem-se entre literatura e vida — dois tecidos que, é verdade, retroalimentam-se. Os contornos se desfazem e se refazem à medida que identificamos um dilema. Ele abriga as intenções indisciplinares da autora que, em meio ao exercício crítico, cria uma série de percursos ficcionais. Isso fica evidente na citação de uma figura que está presente nos diários de Maria Gabriela Llansol, um “Luis M.” — com o qual Luís Matheus passa a conviver, ao mesmo tempo que pensa nas armadilhas da prática diarística.


Neste caso, a coincidência é um subterfúgio para levar adiante o procedimento que ora diferencia crítica de ficção, ora iguala crítica à ficção. Pois — do início ao fim — As propriedades do acaso é a exposição de cenas de leitura, nas quais o que é predominante, às vezes, é a ideia de combate, um combate do qual a autora sai, “independentemente da condução, como a perdedora”. Nos textos, há espaço para o comentário crítico, valendo-se de detalhes das obras de poetas como Carlos Drummond de Andrade e Santo Souza, e a especulação generalizada, manuseando uma lente ensaística para ler tanto os objetos artísticos quanto as experiências.


O livro As propriedades do acaso pode revelar a artificialidade de todo o gesto de escrita. Nele, por sinal, o texto literário não é privilegiado. Na verdade, toda a superfície de inscrição, como fotografias e pedregulhos, chamam a atenção da autora, que, nas primeiras páginas, examina uma imagem: a fotografia do bombardeio de um submarino alemão que, em 1942, foi responsável pelo naufrágio de embarcações civis na área costeira de Sergipe — o evento que levou à criação da Rodovia dos Náufragos, em Aracaju. Eis o que o livro persegue: o ato de nomear não só os lugares, mas também o outro.


Pouco a pouco, a leitura adquire uma dimensão cirúrgica, sobretudo na exposição dos diários de pesquisa, ao longo dos quais Luís Matheus aborda o cuidado com livros raros: “As páginas se soltam na hora de folheá-las, estão cada vez mais avulsas, pois a costura é ineficiente para mantê-las agrupadas de agora em diante.” Para o gesto ensaístico que se instala em As propriedades do acaso, meditar sobre a materialidade é imprescindível. Mesmo na superfície das coisas, algo passa despercebido, incólume, e isso é preponderante no trabalho. Há um apelo ao detalhe, ao recorte, para admitir que, nas superfícies de inscrição, há aquilo que não se sabe, nem se decifra.


Revisão

Dayanne Carvalho


Orelha

viníciux da silva


Consultoria

Chrisley Luiz Santana


Capa

Aquarell Nr. 3 (Liebesgarten) (1911), de Wassily Kandinsky


ISBN

978-65-01-31786-1


Leia o release


__________


[¹] Esta obra foi viabilizada com recursos da Lei Complementar Federal nº 195/2022 (Lei Paulo Gustavo), por meio do edital n. 0009/2023 - Demais Linguagens, executado pela  Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju).


[²] Caso você tenha interesse em fazer a compra sem o frete, disponibilizamos este link: PagBank. Nesta opção, você é o responsável por entrar em contato com a Tilápia-azul ou a autora para ter o livro em mãos.